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Património

Igreja Paroquial
A igreja está situada no centro da povoação e a cerca de sete km do concelho. Era antigo padroado da ordem de Avis e data do século XVI, mas nos séculos seguintes foi muito modificado, notando-se anomalias nos restauros. Das informações recolhidas, sabe-se que em 1710 o padre comprou um sino, com o seu próprio dinheiro e com as esmolas. Este foi colocado na torre a 22 de Outubro de 1710.

Relativamente ao seu exterior, é um templo muito simples, com um portal e um janelão simples, na fachada. Possui um frontão de espaldar pintado, barroco, de perfil recortado e volutas nos cantos com uma cruz de Aviz, no centro, dentro de um medalhão.

A torre sineira, colocada à direita, tem quatro fogaréus e cúpula de quatro faces com um relógio numa delas. Igualmente simples é o interior, com apenas uma nave, Capela-Mor e quatro altares laterais. Dois destes estão embutidos nas pareces sob arcos de volta redonda, com talha dourada e nichos e apresentam pinturas setecentistas.

Estas imagens representam a “Aparição da Virgem com o Menino a S. Francisco” e “S. Miguel Pesando as Almas”. Ladeando esta pintura, encontram-se duas imagens barrocas, da mesma época, representando, uma delas o orago S. Barnabé. Os doutros dois altares são em madeira pintada a imitar o mármore, com talha dourada de séculos XVIII. Estes altares, juntamente com outras peças, vieram do antigo convento de S. Bento de Castris, de Évora.

No arco de cruzeiro existe um baldaquino de talha dourada. A talha dourada pode ser vista num baldaquino, existente no arco do cruzeiro, e no altar-mor, onde apresenta um estilo clássico do século XVII, bem conservada.

Toda a igreja é revestida por azulejos do tipo padrão de parede e o tecto da capela-mor está uma pintura de S. Bento. O retábulo de talha dourada da Capela-Mor é de esquema muito simples, que impressiona pela sua qualidade estética e cromática, e valorização plástica. No começo da nave há uma teia de mármore com fecho de ferro, forjado e dourado, e guarnições a bronze. No altar ao lado do Evangelho, está uma imagem de pedra do século XV que representa S: Sebastião. No altar em frente está uma Pietá de barro pintado e estofado do século XVII.

Fontes Velha e Nova

Marco Fontanário

Ruínas de Moinhos de Água e de Azenhas

Antas
Estes monumentos megalíticos de utilidade fúnebre, datados do período Neo-Calcolítico, podem ser avistados em vários locais da freguesia.
Na Torre do Ervedal 1, o monumento megalítico situa-se junto da linha de água da Barragem do Maranhão. Quando esta se encontra cheia, as águas vão degradando o monumento. A câmara tem cinco esteios, estando apenas dois intactos, e apresentação vestígios de escavações furtivas.

No sítio de Torre de Ervedal 2, a anta situa-se no meio de mato de azinho. Na câmara existe um esteio de pé e outro tombado, e entre os esteios do corredor cresce uma azinheira. Os esteios são todos em granito excepto os do corredor que são em xisto. A mamoa encontra-se muito afectada pelas lavras.

Na Torre do Ervedal 3, a câmara, do monumento, tem 7 esteios e tampa, ligeiramente inclinada, apresenta um conjunto de 8 covinhas tudo em granito, um corredor com 3 esteios. Foi objecto de escavação, talvez por um grupo de arqueologia do Ervedal, desactivo. Quem a escavou deixou uma baqueta para evitar que o esteio caísse. São visíveis na câmara, ossos humanos (calote craniana, costeletas, falanges, braço) e uma concha de ostra. Tem tocas de animais.

Na Torre do Ervedal 4, aparece uma anta que possui uma câmara de cinco esteios, dois deles tombados. São visíveis, ainda quatro blocos que poderão ter sido esteios da câmara. A tampa está tombada, mas apoiada num dos esteios. Apresenta uma covinha e um corredor com um esteio, sendo todos estes em granito.

Em Cágados, existem dois possíveis esteios da câmara tombados para o exterior, aflorando outro na continuação. Um pouco mais distante daquilo que poderia ser o corredor parece haver uma tampa.
O lugar de Capela apresenta uma anta com apenas três esteios inteiros, os outros estão partidos ou caídos, e no sítio da Herdade de São Martinho, também é visível outra anta.
Finalmente, em Passarinhos 1, este monumento megalítico fúnebre apresenta uma câmara com 3 esteios e parte da tampa ainda apoiada nos esteios. Há ainda mais 5 esteios, ou fragmentos deles, um deles meios tombados, outro deitado, outro aflorando e dois caídos próximos da câmara. O corredor apresenta três esteios, e, ainda se detectam vestígios significativos do tumulus. Vestígios Romanos Outros vestígios foram identificados como pertencentes à era da romanização.

Em Ervedal, é visível um balneário romano, tal como no sítio da Ladeira se identifica uma villa, onde foram identificadas colunas, capitéis e cerâmica de construção e doméstica.
Na Torre do Ervedal 8 apareceu um monumento, designado de casal rústico, num terreno lavrado, evidenciando fragmentos de telha muito roladas, cerâmica fina alaranjada e dolium.
No lugar de Torre do Ervedal 9, foi descoberto, no meio do outeiro, um habitat formado por uma pequena área, onde se encontram imbrices, tégulas e no centro, um morouço de pedras. Uma delas é um silhar em granito. É apontado como podendo ser uma anta. Há noticia da existência no morouço de um peso de lagar e mós.

Fundação Arquivo Paes Teles

Mário Saa 

Mário Paes da Cunha e Sá nasceu no dia 18 de junho de 1893. Em 1917 adotou o nome literário de Mário Saa, com dois aa, quando publicou o seu primeiro livro, O Evangelho de São Vito.

Descendente de uma família de grandes latifundiários do concelho de Avis, movimentou-se pela elite económica, política e social alentejana. Mário Saa teve mestres particulares e a sua vida dividiu-se entre a gestão e administração das suas propriedades agrícolas e a investigação e produção literária. Frequentou colégios de elite e vários estabelecimentos de ensino superior em Lisboa. Não terminou nenhuma das 3 licenciaturas em que esteve inscrito, tendo dado preferência ao método extra-escolar de formação. À semelhança dos intelectuais do seu tempo, Mário Saa interessou-se por temáticas distintas. Estudou múltiplos documentos na Biblioteca Nacional e nos arquivos da Torre do Tombo, frequentou as tertúlias nos cafés de Lisboa e os saraus literários em casas particulares, onde conviveu com os mais destacados intelectuais portugueses da época. Entre esta elite de intelectuais portugueses encontrava-se, por exemplo, Fernando Pessoa, Almada Negreiros e José Régio.

A Fundação 

A Fundação Arquivo Paes Teles foi instituída por Mário Saa.

No ano em que registou o seu testamento, 1967, Mário Saa projetou edificar esta fundação em benefício do público em geral e da população do Ervedal em particular. A Fundação constitui um excelente exemplo de filantropia e de como se devolve à sociedade a história, os percursos e os legados de um intelectual. Mário Saa estabeleceu que a Fundação deveria adotar o nome Arquivo Paes Teles, em homenagem à sua família materna, e destinou-lhe a sua vasta biblioteca e a coleção de materiais arqueológicos. E estes acervos podem ser apreciados na casa onde nos encontramos. Mário Saa herdou a casa do tio, António Paes da Silva Marques, que fora deputado da primeira república portuguesa. Mário Saa viveu nesta casa, agora museu e sede da Fundação, os últimos seis anos da sua vida, entre 1965 e 1971.